quarta-feira, 11 de abril de 2007

FMI pede ajuda ao Brasil

O mundo dá volta. Depois de impor por décadas a sua política econômica a diversos governos brasileiros, o Fundo Monetário Internacional (FMI) quer ajuda do governo Lula para melhorar a sua imagem. O diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, recorreu ao que chamou de ''sabedoria'' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dizer que o FMI não pode ser culpado pela situação econômica de certos países.
- Eu creio que a sabedoria do presidente Lula ao dizer que o fundo não pode ser culpado por tudo é uma posição boa e inteligente - afirmou Rato, durante um evento realizado em Washington, na noite desta segunda-feira, 9 de abril.
Rato se referia a comentários de que países que adotam o receituário do FMI acabam sofrendo efeitos negativos em sua economia. O presidente Lula já afirmou que o Brasil superou a era na qual os políticos nacionais caíam sempre na tentação de atribuir as mazelas econômicas do país às ações do FMI.
- O prefeito joga a culpa no governador, que joga a culpa no presidente, que joga a culpa no FMI. Aí, o FMI joga a culpa na nossa incompetência e começa o círculo vicioso - disse Lula.
O Brasil rompeu com o FMI na gestão do ministro da Fazenda Antonio Paloci. No dia 28 de março de 2005 ele declarou: "O Governo Federal assume maturidade das instituições econômicas e políticas brasileiras, e defende sua autonomia, ao, enfim, e felizmente, terminar seu contrato com o Fundo Monetário Internacional - FMI, agora temos a chance imperdível de andar por nossas próprias pernas."
A não renovação dos acordos com o Fundo Monetário Internacional foi importante para todos os brasileiros, mas foi feita em termos civilizados. Lembre-se que recentemente o presidente da Argentina Néstor Kirchner, "mandou uma banana para o FMI [gesto tipicamente italiano, feito jogando um braço sobre o outro com os punhos fechados. Na itália, o gesto é até considerado obsceno].
Ou seja, já se passaram dois anos que estamos andando com as nossas próprias "pernas econômicas" e não temos, até o momento, necessidade de pedir penico ao FMI. Talvez, por isso, o diretor-gerente Rodrigo de Rato tenha apelado a "sabedoria de Lula" para ajudar a melhorar a imagem do Fundo Monetário Internacional.

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