quarta-feira, 30 de maio de 2007
Navalha: Justiça libera o cabeça
Como vinha fazendo desde que a Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal veio a público, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus ao empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, empresa mãe das fraudes contra obras públicas.
Veras foi liberado, mas a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon autorizou a quebra o sigilo do inquérito que investiga as denúncias apontadas pela Operação Navalha. Com a decisão, o processo deixa de tramitar em segredo de justiça.
A ministra Eliana Calmon decretou a quebra do sigilo diante da divulgação de vários fatos e documentos constantes do processo. A ministra tem razão, nesta altura dos acontecimentos, a mídi já publicou tudo o que tinha para divulgar.
Para a ministra, a quebra do sigilo fez-se necessária devido à esteira de boatos e maledicências que pairam sobre pessoas que nenhum envolvimento têm com os fatos em apuração. "Tornar público o inquérito facilitará a comunicação entre os órgãos estatais e apaziguará aflições injustificadas e desnecessárias", garante a ministra.
terça-feira, 29 de maio de 2007
Vai pro vinagre
É, a vida do presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, vai ser virada pelo avesso. A PF continua investigando seus passos no entorno da Gautama - a empreiteira mãe das fraudes da Operação Navalha. Agora, o nanico mais barulhento PSOL, da ex-senadora Heloísa Helena, protocolou no Conselho de Ética do Senado representação contra o presidente Renan Calheiros (PMDB), por abuso das prerrogativas parlamentares. Helô foi à Brasília exclusivamente para participar de reunião do P-SOL que decidia a representação do senador Calheiros.
Já o ocorregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), parece que vai lavar as mãos neste caso e levar para o Conselho de Ética a investigação do presidente do Senado. Renan Calheiros continua a dizer que "está tranquilo" e que continuará no cargo "por não haver acusações contra ele".
Como diria o ex-presidente Collor de Mello. "O tempo é o senhor da razão". O tempo e a Polícia Federal, escudada pela Procuradoria Geral da União.
Escolha final para a Secretaria de Esportes
O deputado Corrêa, apesar de estar em segundo mandato é jovem e jamais poderia perder uma oportunidade como esta. Além do mais, o governador precisa resolver esta equação com a Igreja Universal, instituição da qual é membro o deputado Jangrossi.
Gustavo e o subsecretário, Rogério Romero, por serem jovens, incorporaram o espírito do PAN, ao qual devem se fazer presentes ao lado governador.
Por outro lado, ao indicar Gustavo Corrêa, o governador resolverá o problema de pressão arterial do deputado Jangrossi, que atingiu, ontem (29/5) o pico de 14 por 9.
Mais um socialista na PBH
Assad Júnior é egresso do antigo Partido Liberal (PL), mas hoje é o presidente do Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Caminhando com Aécio
Toda vez que participa de uma reunião política que tenha mais de três pessoas, o governador de Minas Aécio Neves é instado a desmentir que vá trocar o PSDB por um outro partido, principalmente o PMDB. É que seu nome é permanentemente lembrado por peemedebistas de alto coturno para uma provável candidatura às eleições presidenciais de 2010.
Nesta segunda-feira, 29/5, durante um seminário promovido pelo PSDB em Brasília, o neto de Tancredo Neves se viu obrigado a dizer com todas as letras que vai continuar filiado ao PSDB. Foi até enfático: "Não sei por onde vou caminhar"Mas tenho certeza que irei caminhar ao lado de cada um de vocês, do PSDB", garantiu mineiramente Aécio.
Quem deve ter gostado de ouvir esta assertiva foi o governador de São Paulo, José Serra, que estava ao lado do colega mineiro. Serra, como todos sabem, é um dos candidatos fortes para disputar a vaga de Lula pelo PSDB. Os tucanos paulistas dizem que Aécinho é novo e pode esperar 2014, pois têm certeza que a instituição da reeleição vai cair antes de 2010.
Outro que também deve ter gostado da fala de Aécio Neves foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele, inclusive apelou para que os tucanos fiquem unidos.
Mas, a fala de Aécio é carregada de simbolismo mineiro. O certo é que ele trabalha para 2010, tanto que ordenou uma reformulação geral na Secom - responsável pela comunicação do governador - com jornalistas pagos a peso de ouro e com olhares fixos num horizonte mais distante que o da Serra do Curral.
sábado, 26 de maio de 2007
Agora vai! será que vai?
Tô chegando
Mas o troca-troca não é defeito apenas do Lamac, vários outros vereadores estão doidinhos para trocar de legenda. O problema é que enfrentam muita dificuldade para mudar de 'casa'.
Sem referência
Elite marginália
terça-feira, 22 de maio de 2007
Silas rodou
Três dias depois de estourar o escândalo da Operação Navalha, Silas Rondeau não agüentou a pressão e pediu demissão do Ministério das Minas e Energia. O ex-ministro entregou, na tarde desta terça-feira, carta de demissão ao presidente Luís Inácio Lula da Silva [mas notícia só foi confirmada depois que o Jornal Nacional foi pro ar]. Silas é apontado pela Polícia Federal de ter recebido R$ 100 mil da Construtora Gautama, empresa mãe [segundo a PF] da atual corrupção que atinge aliados e oposição, de assessor a governador e que está deixando os frequentadores de Brasília com os nervos à flor da pele. Vale lembrar que a PF diz ter prontinha uma nova lista com dezenas de corruptos que receberam propina da Gautama.
"Comunico que, na tarde de hoje, entreguei ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República o cargo do Ministro de Estado de Minas e Energia que, honrosa e dedicadamente, exerci por sua confiança.
Cada segundo que dediquei com afinco ao exercício de minhas funções foi pautado por valores éticos, morais e cristãos. Nunca, em momento algum, jamais pratiquei qualquer ato que não fosse orientado pelos princípios essenciais que sempre nortearam a minha vida, com absoluta honestidade e compostura.
Reafirmo minha completa e absoluta inocência em relação às denúncias levantadas contra a minha pessoa, na certeza de que tudo será esclarecido, provando a injustiça e a crueldade das mentiras e insinuações divulgadas a meu respeito que atingiram minha honra.
Minha vida de técnico, trabalhador, de vida modesta, respeitado no setor elétrico que escolhi por profissão e ao qual me dediquei inteiramente, tem sido marcada pela lisura e pela honradez.
Tudo fiz para servir ao governo do Presidente Lula e agradeço a Deus a oportunidade de tê-lo conhecido de perto e com ele trabalhado pela grandeza do Brasil. É com gratidão que a ele me dirijo, lamentando profundamente a ocorrência desses fatos.
Deixo o governo para impedir que o setor energético, fundamental para o desenvolvimento do país, seja prejudicado, e que a imagem do governo seja de algum modo afetada.
Creio em Deus e confio na Justiça.
Silas Rondeau Cavalcante Silva Ministro de Estado de Minas e Energia"
Mineirinho carioca
"Me bate que eu volto"
Resultado, o colunista que nada tinha a ver com o caso, pagou o pato e a Dama voltou para a casa do ex-marido.
Vai entender as muheres
• Enviado por WalterFreitas
sábado, 19 de maio de 2007
Jatos e algemas
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Síndrome do grampo
Pau neles
gasolina: Golpe nos consumidores
Esta situação demonstra que vivemos num país de mentiras e enganações. O povo será sempre espoliado, não existe a mínima possibilidade de haver uma redução no preço da gasolina. O pior: as entidades de defesa do consumidor não se unem para defender o interesse de quem está sempre no prejuízo, ou seja, o cidadão consumidor. Assim fica claro que esta questão da gasolina tem haver como aquela máxima que diz: "é o plano caracu, o governo entra com a cara e o povo sempre com o......." Assim não dá!
Setor agrícola chora de barriga cheia
O setor agrícola vai para a grande mídia, onde consegue espaço, e grita que o “Dólar precisa subir, pois o Real está sobrevalorizado”. O valor ideal, para eles, seria aquele dólar a R$ 3,95 de setembro de 2002. Maravilha! Eles só enxergam o próprio umbigo. O dólar está baixo e o real vale mais em 2007, porque os produtos brasileiros estão em alta no mercado internacional e a taxa de juros está por demais valorizada. Por isso, entra tanto dólar no País. Como o dólar é ‘flutuante’ e como a balança comercial está favorável, entra dólar no Brasil como água no Pantanal na época das cheias.
Mas por que eles choram de barriga cheia? Porque é da natureza das pessoas desse setor. Exemplo: Em 2002, dólar a R$ 3,95, os cafeicultores vendiam a saca (60 Kg) de café a U$ 45. Hoje [2007] os cafeicultores vendem a saca (60 Kg) a U$ 125. Continha de aritmética: Em 2002 a saca de café valia R$ 177,75. Em 2007 a mesma saca vale R$ 243,75, uma diferença a maior de R$ 66,00 para os exportadores de café brasileiro.
E a nave vai!
quinta-feira, 17 de maio de 2007
E o salário, óóóó...
"Sou professor da rede pública estadual há quase 19 anos. Meu vencimento básico é exatamente R$ 70 a mais que o salário mínimo. Isto já foi relatado por mim ao HOJE EM DIA, quando um aluno, gari da prefeitura, provou ganhar mais do que eu. O descaso de nossos órgãos educacionais do Estado é tanto que, desde 19 de dezembro, estou aguardando o pagamento de mais um biênio que não chega. E as férias-prêmio, que vão sendo publicadas, mas não podemos usufruir delas? Até parece jogo do Cruzeiro e Atlético: você ganha, mas não leva."
Prof. Antônio Jerônimo Neto - Belo Horizonte
• carta publicada no jornal Hoje em Dia, Ed de 17/05/2007.
Linha Verde precisa de atenção
Moradores dos bairros no entorno da Linha Verde já ouviram dizer que os engenheiros erraram feio nos cálculos de sustentação dos pilares dos viadutos, obrigando a reforços urgentes [enchimento de concreto nas bases de cada pilar] para que não se repita aqui o que aconteceu no Viaduto Paulo de Frontim, no Rio de Janeiro, que serviu até de mote para música eternizada pela magistral Elis Regina, "O Bêbado e o Equilibrista" do compositor mineiro João Bosco: "Caía, a tarde feito um viaduto/E o bêbado trajando luto/Me lembrou Carlitos..." Clique para vera letra de O_bêbado_e_o_equilibrista
Em junho do ano passado o governo foi obrigado a fazer aporte extra de R$ 9 milhões para os viadutos. A previsão da obra completa era de R$ 260 milhões. Quem deverá pagar pelos erros detectados e que estão a olhos visto por quem passa pela Linha Verde?
Governador vai limpar o DER
Pela machadada do Palácio da Liberdade a situação no DER de Minas parece preocupante.
Veja quem é o diretor José Elcio Monteze
José Elcio Monteze, é funcionário de carreira do órgão desde 1977. Formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora. No DER exerceu vários cargos, destacando-se como chefe das coordenadorias regionais de Montes Claros, Ponte Nova, Juiz de Fora e Varginha, além de chefe do 3º distrito rodoviário de Teófilo Otoni. Exerceu o cargo de vide diretor-geral de dezembro de 1992 a dezembro de 1998, reassumindo o cargo em janeiro de 2003 até a presente data.
No intervalo de junho de 1999 a maio de 2002 foi o chefe do 6º distrito do DNIT em Minas e coordenador da 6ª UNIT / DNIT de maio de 2002 a janeiro de 2003.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
O vale tudo do voto, vale até sexo oral
terça-feira, 15 de maio de 2007
Menem garante que não é corno
"Cecilia nunca foi infiel comigo. Nunca fui cornudo", afirmou o ex-prsidente da Argentina Carlos Menem (1989-99) ao jornal chileno Las Últimas Noticias.
Menem tenta defender a integridade de seu prestígio masculino, descarta traições conjugais por parte da ex-miss Universo Cecilia Bolocco, mas admite que está separado dela "há um tempo", na prática.
As declarações de "El Turco", como é chamado popularmente, foram realizadas poucos dias depois da explosão do "Boloccazzo", como os hermanos chamam as cenas de topless em uma piscina em Miami, de Cecília Bolocco na companhia de um playboy italiano.
As fotos causaram escândalos em ambos lados da Cordilheira dos Andes.
confira a galeria com o topless de Cecília Menem.
Prorrogação na Secretaria de Esportes
Nascimento
aguarda o desenrolar
voltar à Assembléia Legislativa
Chamado ao Palácio dos Despachos Elmiro Nascimento desconversou e agradeceu o convite para ocupar a pasta de Esportes. Antes dele já haviam 'agradecido' o convite os deputados João Leite e Zezé Perrela, ambos do PSDB. João Leite até que gostaria de assumir a titularidade da Secretaria de Esportes e Juventude, mas exigiu 'cartas-brancas'. Segundo fontes, João Leite disse que somente assumiria a função sem a marcação cerrada do subsecretário de Esportes, Rogério Romero - da cota pessoal do governador Aécio Neves.
Parece mesmo que Romero está melando o jogo nesta secretaria, onde atualmente responde pela pasta, e, dizem as más-línguas, é avesso a deputado.
A bola anda quadrada na Esportes. Nos primeiros dias de abril o antigo secretário, deputado Fahin Sawan, abriu mão do cargo devido ao excesso de cera no meio-campo da Secretaria, e até ontem não havia sido revelado um titular definitivo para a posição.
Quem deve estar se descabelando é o deputado Vanderlei Jangrossi, paulista de Piracicaba. Veio da Câmara Municipal de São Paulo, onde era segundo-secretário da Mesa Diretora, para disputar as eleições em Minas, é suplente do PP e precisa que algum deputado da coligação que elegeu o governador Aécio Neves assuma alguma secretária para ele voltar a ser deputado na Assembléia Legislativa. O problema é que este jogo está na prorrogação e o juiz, inabalável, deixa o tempo passar.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Se a moda pega!
Torcedores assassinos
Tem marido que é cego
CPI do Apagão decola em marcha-lenta
Agora, o vice-líder do PSDB na Câmara, Macris, quer que a comissão receba oficialmente os documentos com informações sobre aviões que desaparecem dos radares ou mudam de altitude repentinamente, além de multiplicações de alvos e pistas verificados pelos controladores. Parte desses relatórios foram entregues ao deputado antes da instalação da CPI.
Macris também quer conhecer, por dentro0 o Cindacta 1. O deputado agendou visita, e quer levar outros integrantes da CPI, ao Cindacta 1 na próxima segunda-feira (14/05), às 14h30.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
O velho Eliseu Resende mostra sua força
Nos bastidores sabe-se que o projeto do Doutor Eliseu Resende [é doutor mesmo, pois obteve o "Master of Sciences" e o "Doctor of Philosophy" (Ph.D) pela Universidade de Nova Iorque] é ficar na presidência estadual do Democratas até novembro, quando renunciará a favor de Melles. Com esta manobra o velho cacique mostra sua força. Ele já foi Ministro de Estado dos Transportes e Diretor-Geral do antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER, hoje DNIT) e presidente Eletrobras.
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Furacão e mãos limpas
Mesmo os militares de outras corporações vêem nesta operação uma fio de esperança de se 'passar o Brasil a limpo'. A exemplo, leia o artigo enviado a este blog pelo Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves presidente da APOMI (Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo).
No rumo das mãos limpas
A “Operação Hurricane”, a mais ousada de que se tem conhecimento rumo ao crime do colarinho branco, é a demonstração de que nem tudo está perdido. Apesar de tantos maus exemplos vindos de setores que deveriam ser exemplares, é possível ver o Judiciário e o Ministério Público controlados por gente séria, que não titubeou em ‘cortar na própria carne’ para extirpar as feridas que ameaçam debilitar suas corporações. Espera-se que o correto e eficiente trabalho da Polícia Federal, controlada pelo governo, não sofra interferências políticas.
A venda de sentenças judiciais e o pagamento de propinas para agentes e servidores públicos deixarem de cumprir seus deveres de ofício, ferem a dignidade, a moral e a própria democracia. Seus praticantes merecem a mais severa punição e o desprezo absoluto. Suas ações apodrecem a sociedade!
Por conta das ocorrências que têm baixado a confiança do povo nos governos, na classe política e até em outros segmentos, o Brasil figurou, no ano de 2006, em 70º lugar no ranking da organização Transparência Internacional, que mede o nível de corrupção nos países de todo o mundo. Isso envergonha a todos os brasileiros e, o pior, ainda torna a nossa imagem menos confiável no exterior, onde temos que fazer negócios e colocar parte de nossa produção agrícola e de manufaturados. A impunidade é freqüentemente citada como responsável pela escalada de roubalheira. Daí, a conclusão de que o “furacão” passado nos últimos dias sobre figurões sob elevadas suspeitas, é positivo.
Esse é o momento adequado o Brasil começar a sua verdadeira “Operação de Mãos Limpas”, a exemplo do que fez a Itália, nos anos 90. Além de juízes, procuradores, policiais e empresários já presos, que se prenda e processe também todos aqueles corruptos que meteram a mão no cofre público e ainda permanecem ilesos, beneficiados por imunidades ou truques jurídicos.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves presidente da APOMI (Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo)apomi2@terra.com.br
Dados do Autor: Dirceu Cardoso Gonçalves – tenente-PMRG nº 5.301.573-SPapomi2@terra.com.br
terça-feira, 1 de maio de 2007
Reunião de promotores em BH
Batismo de Sangue, emocionante
Fui assistir ao filme Batismo de Sangue, do livro homônimo de Frei Betto. Confesso que chequei à sala de projeção do Pátio Savassi com um pé atrás. Afinal, pensava que os cineastas brasileiros haviam esgotado o tema ‘ditadura militar brasileira’ . Mas me surpreendi com o realismo profundo do diretor Helvécio Ratton, que, baseado no roteiro de Dani Patarra, nos mostra uma narrativa de um filme emocionante e humanista. Poucos serão os expectadores que sairão da sessão sem fazer uma reflexão de quanto mal causou aos brasileiros a ditadura implantada entre 1964 e 1985.
Vale lembrar que a qualidade da narrativa, do elenco e da fotografia (direção do Lauro Escorel), nada fica a dever às películas Hollywoodianas. O diretor Ratton mostra o envolvimento de frades franciscanos, que transformam o Convento Dominicano, em São Paulo, numa trincheira na luta contra a repressão implantada em nosso País. Mesmo contrariando o bom senso e suas seguranças pessoais, os freis Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão), Ivo (Odilon Esteves) e Tito (em interpretação magistral e comovente de caio Blat) mergulham de corpo e alma na luta contra a ditadura militar, apoiando o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional (ALN), comandado por Carlos Marighela, interpretado pelo o músico mineiro Marku Ribas.
O filme é centrado no calvário e morte de Frei Tito de Alencar Lima, numa narrativa perfeita do diretor Helvécio Ratton, que filmou em Minas Gerais [Belo Horizonte e interior], no Rio de Janeiro e na França. Nunca antes, no cinema nacional, os métodos sombrios e violentos da tortura foram tão explicitados. Como diz o próprio diretor Ratton: “A ação política dos dominicanos, sua prisão e tortura, e a paixão e morte de um deles, Frei Tito, revelam aspectos transcendentes. Medo, compaixão, coragem, crueldade, são os ingredientes atemporais desse filme. Batismo de Sangue conta uma história vivida nos anos 60 e 70, mas é um filme do século XXI”.
Depois das humilhações no pau-de-arara, na cadeira-do-dragão, e da tortura psicológica comandada pelo delegado-carrasco Sérgio Paranhos Fleury, conhecido como “Papa” por seus subordinados (numa interpretação surpreendente de Cássio Gabus Mendes), Frei Tito [juntamente com outros prisioneiros políticos] é trocado pelo embaixador suíço no Brasil, [Giovani Enrico Bucher] seqüestrado por grupo guerrilheiro. Contra sua vontade, Tito é mandado para o exílio – primeiro no Chile, depois Itália e França. As torturas sofridas em estabelecimentos do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) paulista e das Forças Armadas, comandada pelas mãos sanguinolentas e cruentas do delegado Fleury, endoidecem o Frei Tito, que não consegue ficar livre de seus carrascos. Por onde passa, acredita estar sendo vigiado e ameaçado. Com intuito de pôr fim ao seu martírio e se livrar de seus perseguidores, Tito comete suicídio, apenas três anos depois de sua libertação, em agosto de 1974.
“Esta tragédia sempre me impressionou. Como um jovem de apenas 28 anos de idade pôde ser tão afetado pela violência a ponto de não conseguir recompor a própria vida e encontrar um eixo para seguir em frente mesmo depois de se ver livre de seus algozes”, comenta o cineasta. Esta cena, do suicídio, ato condenado pela Igreja, é a que abre e fecha o “Batismo de Sangue”, cujo simbolismo retrata bem a violência utilizada contra os opositores do regime imposto aos brasileiros nas décadas de 1960 e 1970.