quarta-feira, 2 de maio de 2007

Furacão e mãos limpas

A Operação Furacão (Hurricane, em inglês), desencadeada pela Polícia Federal trouxe esperança para muitos brasileiros. Afinal, pela primeira vez, a PF atingia firme - como um soco na bôca do estômago - o castelo da magistratura nacional. Abria-se, com esta operação, parte da 'caixa preta', do Judiciário brasileiro.
Mesmo os militares de outras corporações vêem nesta operação uma fio de esperança de se 'passar o Brasil a limpo'. A exemplo, leia o artigo enviado a este blog pelo Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves presidente da APOMI (Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo).


No rumo das mãos limpas
A “Operação Hurricane”, a mais ousada de que se tem conhecimento rumo ao crime do colarinho branco, é a demonstração de que nem tudo está perdido. Apesar de tantos maus exemplos vindos de setores que deveriam ser exemplares, é possível ver o Judiciário e o Ministério Público controlados por gente séria, que não titubeou em ‘cortar na própria carne’ para extirpar as feridas que ameaçam debilitar suas corporações. Espera-se que o correto e eficiente trabalho da Polícia Federal, controlada pelo governo, não sofra interferências políticas.
A venda de sentenças judiciais e o pagamento de propinas para agentes e servidores públicos deixarem de cumprir seus deveres de ofício, ferem a dignidade, a moral e a própria democracia. Seus praticantes merecem a mais severa punição e o desprezo absoluto. Suas ações apodrecem a sociedade!
Por conta das ocorrências que têm baixado a confiança do povo nos governos, na classe política e até em outros segmentos, o Brasil figurou, no ano de 2006, em 70º lugar no ranking da organização Transparência Internacional, que mede o nível de corrupção nos países de todo o mundo. Isso envergonha a todos os brasileiros e, o pior, ainda torna a nossa imagem menos confiável no exterior, onde temos que fazer negócios e colocar parte de nossa produção agrícola e de manufaturados. A impunidade é freqüentemente citada como responsável pela escalada de roubalheira. Daí, a conclusão de que o “furacão” passado nos últimos dias sobre figurões sob elevadas suspeitas, é positivo.
Esse é o momento adequado o Brasil começar a sua verdadeira “Operação de Mãos Limpas”, a exemplo do que fez a Itália, nos anos 90. Além de juízes, procuradores, policiais e empresários já presos, que se prenda e processe também todos aqueles corruptos que meteram a mão no cofre público e ainda permanecem ilesos, beneficiados por imunidades ou truques jurídicos.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves presidente da APOMI (Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo)apomi2@terra.com.br
Dados do Autor: Dirceu Cardoso Gonçalves – tenente-PMRG nº 5.301.573-SPapomi2@terra.com.br

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